Criador do Doutrinador, o super-herói brasileiro, vem para o Geek City
História em quadrinhos de Luciano Cunha virou filme e tem estreia nos cinemas marcada para 20 de setembro
- Luciana Penante, especial para Gazeta do Povo.
- 08/08/2018
- 16:51

O designer gráfico e quadrinista Luciano Cunha atribui o sucesso de seu personagem Doutrinador, em grande parte, a uma coincidência dessas que só acontece uma vez na vida: ele lançou a história em quadrinhos no Facebook, em março de 2013, e em junho do mesmo ano começaram as manifestações contra a corrupção nas ruas. A história, protagonizada pelo anti-herói que faz justiça contra políticos corruptos com as próprias mãos já virou livro e série, e tem estreia prevista nos cinemas para o dia 20 de setembro. Pouco antes, tem painel programado no Curitiba Geek City 2018: no dia primeiro de setembro, sábado.
Ele revelou alguns detalhes sobre o painel do filme no evento. “Além de exibir o trailer do filme, que já está na internet, nós vamos passar seis vídeos do making off, sem spoilers, claro”, enfatiza Cunha, que terá no painel a companhia do produtor do filme, Gabriel Wainer. “Nós vamos bater um papo sobre o making off e o projeto todo, que começou em 2015”, explica Cunha, que prometeu ainda levar alguns brindes do filme para o público. “Queremos inaugurar uma nova relação entre o geek e o audiovisual brasileiro. Nós não temos a grana da Marvel, mas conseguimos fazer um bom filme”, finaliza.
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De designer gráfico a autor de sucesso
Aos 16 anos, Luciano Cunha fez um curso de desenho. O ano era 1988 e a professora, amiga do editor do Menino Maluquinho. Foi assim que a história de quadrinista começou, desenhando para o Ziraldo e aprendendo com feras, como ele mesmo define. Com o tempo, passou a trabalhar mais como designer no mercado publicitário, mas a paixão pelos quadrinhos continuou presente. Luciano continuou produzindo apenas para si e em 2008 criou o Doutrinador, que foi a oportunidade para colocar a indignação e revolta com o cenário político do país para fora.
O conteúdo conquistou os amigos de Luciano, que clamaram pela publicação em 2010. O cenário era outro na internet, com o fim do Orkut e o Facebook ainda não sendo o que é hoje; Luciano buscou o meio tradicional de publicação e enviou o material a 14 editoras. Onze responderam, surpreendentemente todas com o mesmo feedback: o conteúdo era ótimo, mas os advogados pediram para não publicarem, para evitar possíveis imbróglios jurídicos. Luciano então engavetou o projeto.
Em 2013, com o crescimento das redes sociais no Brasil, o quadrinista passou a publicar no Facebook, o que fez o projeto alcançar a projeção que tem hoje. De lá para cá, o personagem ficou mais dark e passou a usar capuz e máscara. Continua fã de rock’n roll.
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“Essa história tem que virar filme”
Desde 2013 Luciano escuta que a história dava um filme. E foi sondado várias vezes por grandes produtores e diretores. Mas o projeto só foi para o papel mesmo em 2015, com a ajuda do produtor Gabriel Wainer. Downtown e Paris Filmes encabeçaram a produção, que tem o ator Kiko Pissolato como Doutrinador. O ator já era fã do personagem e, segundo Luciano, tinha o perfil ideal para interpretar o anti-herói: atlético, Kiko é praticante de lutas como capoeira e de corrida, o que ajudou na construção do personagem.
Luciano Cunha pode participar de perto da criação do roteiro: foi convidado para estar da mesa junto com outros quatro roteiristas. O processo durou cinco meses e agora fica o frio na barriga, perto da estreia, amenizado, como enfatizou Luciano, pelo desempenho do trailer nas redes sociais: “o retorno está sendo excelente”.
O filme O Doutrinador tem direção de Gustavo Bonafé e Fábio Mendonça. O elenco conta ainda com Eduardo Moscovis, Marília Gabriela, Helena Ranaldi, Tainá Medina, Samuel de Assis e Tuca Andrada. A série, captada junto com o filme, tem estreia prevista para 2019, no canal Space.
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